Foi preciso a minha sogra vir de Portugal para nós descobrirmos (descobriu ela) o museu mais giro de Sydney.
O Hyde Park Barracks foi construido em 1819 para albergar rapazes e homens convictos. Ele está no meio da cidade e foi desenhado pelo arquitecto (também ele convicto) Francis Greenway.
Ao longos das várias salas foi-nos retratada a vida de muitos prisioneiros, as roupas que vestiam, comida que comiam, como é que passavam o tempo, e até como dormiam.
Ficamos a saber que cada um tinha 2 refeições por dia. O pequeno almoço era uma porridge e o jantar (ás 2 da tarde) era um género de uma jardineira. Todos os dias a mesma coisa.
Os prisioneiros trabalhavam na cidade e faziam todo o tipo de trabalhos. Desde cultivar os terrenos até trabalhos de engenheiria. Se se portassem bem, ao domingo depois da missa podiam ir ao the Rocks (centro mesmo) jogar cartas e dançar.
Os aborígenes, que viviam entre eles, eram basicamente as alcoviteiras da cidade. Ouviam e viam tudo o que se passava à volta para depois poderem ir contar a quem interessasse.
Pelo museu havia muitas maquetas dos edifícios construidos na época, e havia também muitas imagens de como era a cidade no principio do século (espectacular!).
Só para terem noção.... o mapa em baixo mostra o edificado no principio do século. Agora, o sitio onde vivemos nem aparece no mapa. A cidade cresceu exponencialmente.
Entretanto lá para 1940's os habitantes da cidade decidiram que não queria mais receber barcos com criminosos, e mandaram os barcos para a Tasmânia. Diziam que os criminosos davam mau ar e má fama à sociedade australiana.... (?!?! não vieram todos dessa maneira para cá?!) oh bem... aparentemente há uns melhores que outros. E por acaso há mesmo. Numa das salas do museu podemos ler de que eram todos convictos. Uns tinham roubado uma maçã (7 anos de prisão), outros roubado um pão (14 anos de prisão), outros tinham falsificado documentos (prisão perpétua), outros eram carteiristas (prisão perpétua), outros eram serial killers (prisão perpétua - ao menos neste acertaram) e por fim, muitos outros rapazes não tinham feito absolutamente nada mas como andavam a vaguear sem pais à volta, eram enfiados destro dos barcos e mandados para cá.
Felizmente ao longo dos anos foram criados vários tipos de perdões. Desde os que podiam viver como qualquer outro cidadão tendo só de reportar á policia a cada 2 meses, até aos que ficavam livres de voltar para inglaterra (coisa que duvido, e que talvez nunca ninguem tenha feito).
Como já passou um mês desde que lá fomos já me esqueci de muitas historias, mas se me lembrar venho cá posta-las. Entretanto se alguém cá vier, fica a dica de que vale mesmo a pena ir a este museu!