Os 300kms que se seguem, ao contrário do que esperávamos, estão pintados de verde e azul, e nada de tristes cenários encarnados ou verde tropa. O céu está limpo e o sol tenta aquecer o dia que amanheceu com uns 15ºC.
Fazemos uma paragem em Berry. Vilazinha rústica com simpáticos cafés e lojas viradas para o mar. A vila está muitos metros a cima do nível da água, e por todo o lado à vistas espectaculares. Tudo tem bom aspecto, das casas aos relvados públicos onde meia dúzia de pessoas contempla o dia que se vai passando. Temos de seguir viagem e não perdemos muito tempo em terras de passagem.
Entramos numa reserva Natural. Damos conta disso não pelo que nos rodeia mas pelos 10auD que pagamos num guiché a meo da estrada. Cinco minutos mais tarde, sem nos darmos conta, chegamos ás praias com a água mais translucida da Austrália e talvez até do mundo. Chegamos a Jervis Bay!
O dia passou-se entre a toalha estendidos ao sol, vários mergulhos sempre fascinados com a transparência da água, passeios, e arrependimento de não ter comprado óculos para fazer snorkling. Viemos mais tarde a descobrir que estávamos exactamente no segundo melhor spot da Austrália para a prática do desporto!
Almoçamos na campervan ás 4 da tarde e dirigimo-nos para sul. Subimos montanhas até nos estalarem os ouvidos, atravessamos florestas pelas copas das árvores ladeados de precipícios e por fim descemos até ao mar onde nos esperava Ulladulla (Alladalla para os Ozzies). Vila de pescadores sem grande charme mas com praias para surfar muito boas. Ficamos por aqui. Encontramos o casal Jardim para fazermos barbecue e aquecer a alma com a sopa cor de laranja que fizemos á 2 dias na Bimby... bendita bimby! São 7pm e já estamos a jantar, já de noite, envolvidos em varias camadas de camisolas e casacos pois o frio voltou ao mesmo tempo que a lua.
Voltamos a estar sózinhos, debaixo de uma iluminada noite de lua cheia. Escrevo ás 10 horas menos vinte, já dentro da cama e com o sono a pesar nas palpebras. Boa noite!