domingo, 4 de abril de 2010

Ulladulla and Canberra

O dia amanheceu molhado, tinha estado a chover de noite, e não prometia ficar quente muito tempo. Arrumamos a “casa” e vamos para a praia tomar o pequeno almoço. Ao mesmo tempo somos informados de que estão ondas muito boas numa praia “do outro lado do campo de golf”. Chegamos e os homens fazem-se ao mar. Eu e a Leonor ficamos por terra, entre sol e chuva, entre estudos e fotografias.

“Está ali alguém ao pé das rochas Leonor... olha, é o Pedro (Vozone está claro)” Decido que sempre se safou de todas, e que não vale a pena ficar preocupada. O Pedro chega vivo a terra e diz que levou uma sova.. pois! Nós bem que vimos! Despacha-te a vestir e vamos dar uma volta!

Decidimos rumar 200kms para o interior, o Estado de Australian Capital Territory, e finalmente conhecer a famosa capital. Camberra!

Os 200kms fazem-se em 3 horas. O percurso envolve vários kms em floresta, montanha e vale, e alguns kilometros em autoestrada. “Pedro, está uma linha de comboio a passar aqui no meio” “não deve passar agora senão ouvia-se qualquer coisa...”. uns kms mais á frente... “olha uma rotunda” e outra e outra. Atravessamos vilas pelo centro, quer dizer... a autoestrada atravessava. Estacionamos á berma de uma delas para piquenicar. Parecia uma vila de terceira idade, simpática, a desenvolver-se à volta da auto-estrada. Apanhamos sinais de transito pelo meio, e cruzamo-nos ainda por vários animais roedores mortos pelo caminho.

A chegada à capital faz-se despercebidamente. A cidade é um jardim enorme cheio de árvores, com algumas casas pelo meio. Há! E Rotundas claro... parece uma cidade fantasma, mas como estamos em férias, passamos por alguns indianos de vez em quando. Trocamos umas impressões com a senhora do Visit centre, que ainda nos vende bilhetes a preço reduzidissimo para a exposição mais badalada do país. Masterpieces from Paris.

Tenho de fazer uma pequena introdução a esta cidade antes de prosseguir. A cidade foi criada de raiz, em 1913. A ideia era criar a capital do país, mas tinha de ser entre Sydney e Melbourne. Para planear a cidade, lançou-se um concurso público internacional, em que o projecto que ganhou se baseava no já conhecido conceito “cidade jardim”. Como já referi a população não é muita, e a que existe anda escondida. Talvez dentro das árvores.

Estamos no parlamento e tentamos ver o mais que podemos no curto espaço de tempo que nos deram (chegamos perto do feixo). O edificio está no topo da colina e é um templo. Vimos exposições, salas, jardins interiores, quadros dos anteriores governadores e pouco mais. Apesar de arranjado, o encanto está todo no exterior. Nos relvados que trepam pelas paredes inclinadas do edificio, nos lagos da entrada, e nas vistas sobre a cidade que está mergulhada entre montanhas.

Seguimos para a Black Montain para ver a cidade de fora, mas devido ao enorme numero de arvores em frente dos miradouros, a tarefa tornou-se impossivel de realizar.

Acabamos o dia, já escuro, na exposição .... Quadros dos mais famosos pintores do mundo vieram directamente de Paris, para ilustrar as paredes do National Gallery of Australia. Cézanne, Picasso, Gauguin, Van gough, Monet, vieram conhecer Camberra, e encher as salas deste espaço com Pointillism, Neo-Impressionism, Synthetism, Symbolism, School of Pont-Aven, Cloisonnism, the Nabis and Intimism, e claro, Gente! A galeria provavelmente nunca deve ter reunido tanta gente como hoje à noite, onde tivemos de acotovelar uns tantos para poder ver a "nuit Etoilee"!

Fizemos jantar na carrinha. Descobrimos no camping um spot para ligarmos a carrinha á electricidade, apesar de não ter sido esse o negócios que fizemos à entrada. O frio voltou e gela-me os ossos todos. Amanha seguimos para destino incerto, mas certamente de volta ao mar onde ansiamos pela volta do sol que hoje pouco apareceu!