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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Easter Sunday

Domingo de Páscoa. 

Volto à minha infância. Sempre foi uma das minhas férias preferidas. Pai, mãe, Luis e Sebastião, juntávamo-nos aos avós, tios,  primos direitos, segundos e terceiros,  e lá rumávamos a Portalegre por uns dias. Era certo e sabido que no dia mais Santo do ano (5a feira de Pascoa) "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam. Ah! E não me lembro de alguma vez chover (boas memórias, ou memória selectiva?). A verdade é que  as oliveiras que rodeavam a nossa casa "milagrosamente" cruzavam as folhas nessa tarde. 
Corria-se pela quinta toda durante o dia e comia-se bolo finto ao fim da tarde. Domingo, depois da sesta, íamos todos para o jardim onde estavam dezenas (arrisco dizer centenas) de chocolates. Ovos grandes, ovos minúsculos, amendoas de chocolate, coelhos da páscoa. Até um mapa com a localização dos ditos era feito no dia, não fossem ficar lá perdidos, e serem encontrados (e degustados) 365 dias depois por alguma criança.
Jantávamos todos em familia, na sala de jantar, e íamos aquecer para frente da lareira mais tarde. E assim se passava o nosso Domingo de Páscoa.

Já ouço o Matt e a Cat lá fora a preparar o pequeno almoço... estamos a ficar habituados a esta mordomia, e não vai ser fácil voltar aos cereais, ingeridos a velocidades alucinantes,  para não chegarmos atrasados a lado nenhum . Não vou pensar nisso agora.

Vamos para o jardim e escondemos um coelho e dois ovos. O Duarte agarra num mini cesto, veste um sorriso de orelha a orelha, e parte em busca dos tesouros escondidos. Agora vema  cheesy parte: não há nada que nos encha mais o coração, que ver os filhos felizes! (só talvez uma muito boa sessão de surf?!).


Tesouros encontrados e seguimos para a praia. Está um bocado de frio quando as nuvens   passam, mas quando o sol sai... a água fica turquesa, completamente transparente, e as temperaturas sobem a pique. Calculo que seja resultado de estarmos tão perto do deserto. A Praia chama-se Meelup, e como não tem ondas, decidimos experimentar o tão em voga SUP (Stand Up Paddle). É bom para a postura, para os músculos e para a cabeça. Fiquei fã. Tento um bocado de yoga, sem grande sucesso. Agora é a vez do Pedro que leva o Duarte atrás. Sempre a falar (este miúdo é uma gralha). O Duarte claro!
A hora de almoço tem de ser em casa pois espera-nos uma noite mais comprida. 
Todos dormem.
Todos menos eu.
Agora que acordaram vamos ver kangaroos, para depois seguir para Eagle Bay. Vamos ter com uma tia de uma amiga minha de infância, que muito simpática nos convidou para um jantar de páscoa lá em casa, com os filhos, marido, e uns amigos. Uma família Luso-Australiana.

Entro em casa e lembro-me logo das razões que me levam a gostar de arquitectura. Há uns anos que ando um bocadinho perdida/confundida com o que faço por fazer, gosto de fazer, adoro fazer, e sou apaixonada por fazer. Mas ao entrar nesta casa sinto-me inspirada. É um 'ocean heaven'. A casa é toda branca e cimento afagado. Os espaços são inteligentes e os pontos de luz originais. Os equipamentos criativos. No entanto a casa que poderia ser 'fria', está decorada e equipada com um gosto incrível, tornando-a a casa mais cozy onde já estive. Tons de praia em muitos detalhes, redes de pesca na parede, bússolas, controlos de barco antigos, estrelas do mar, búzios, modelos de barcos ... uma mesa cheia de gente gira, e um jantar de chorar por mais. Foi bom passar a Páscoa com Portugueses e Australianos à mesa, e ver como combinam tão bem.

A noite acabou tarde, mas os meus príncipes portaram-se lindamente. Um dormiu o tempo todo, o outro brincou aos legos. 

Estamos na cama, e já estou triste das férias estarem a acabar...



segunda-feira, 28 de abril de 2014

Slowing Down

Meia noite. Está a estrebuchar e com razão. Levanto-me e dou-lhe de comer (beber). 3 da manhã. Esta hora já é menos usual, e escapa-me a razão do nível de decibeis estar a aumentar de modo tão radical. Vá lá que foram só 5 minutos (mais pareceram 50). 6 da manhã... a história repete-se. 8 da manhã abro os olhos, e ali está ele, de olhos abertos a olhar para mim, com o maior sorriso, e com um 'bom dia' solta a primeira gargalhada do dia. Como podemos ficar zangados com este pequeno diabinho ? Tenho a certeza que com um copo de café tudo se compõe.

O melhor é encurtarmos o dia de hoje e reduzir as viagens de carro. Atravessamos uma pequena floresta em frente a casa e vamos aos Easter Dunsborough Markets. Um relvado enorme cheio de barraquinhas. Umas vendem roupas e acessórios por 5$, outras sabonetes, fruits & veggies, brinquedos, outras estão aqui em defesa de alguma causa, outras para demonstrações (até a Bimby aqui está representada!),... etc. Enquanto vagueio com tempo pelas dezenas de barracas, os rapazes atiram-se para os Jumping Castles. Eles estão felizes. Eu ainda mais, não só por os ver felizes, mas para ter um tempinho só para mim. Egoísta eu sei, mas é pela sanidade de todos.


Feitas as aquisições 'necessárias' o melhor é voltar para casa para a sesta. É só atravessar a pequena floresta outra vez. Estamos perdidos. Como 'estamos perdidos'?? Não fizemos exactamente o mesmo caminho? Se calhar virámos 2 arvores antes ou depois do que devíamos. Benditos iphones que estão sempre à mão para nos indicar o Norte em situações destas. 300 metros mais para norte e começo a ver o cor-de-laranja das abóboras e a sentir o cheiro das flores. Não temos pressa. Ficamos por aqui a almoçar enquanto os mini-Pedro dormem.

O jardim à minha frente não podia ser mais tranquilo. É um relvado que dá a volta à casa, e a delinear estão todos os tipos de produtos plantados. Tomates, cenouras, abóboras, vários tipos de verdes, flores, etc Não se ouve barulho nenhum da rua. Nem de dentro de casa. Todos dormem.

Está combinado, vamos ver as grutas esta tarde. Temos dezenas por onde escolher, mas seguimos a sugestão do Matt (Host) e vamos às Ngilgi Caves. Pronunciado 'Neelgee' Em Australiano, este era um Espirito Bom que triunfou numa grande batalha contra o Espirito do Mal Wolgine. As grutas fazem parte da História da tribo aborigine local. Quando entro vejo uma grande galeria à minha frente, cheia de cristais que formam pináculos brancos por toda a parte. De Tomás pendurado em mim, e Duarte a pé, começamos a descer os mais de 350 degraus até ao fundo da gruta que nos é permitido visitar. 100 degraus e começo a duvidar que consiga caber por entre estes rasgos na pedra. O D parece não sentir o cansaço. O P não o perde de vista. Eu fico entalada a meio caminho, e o T começa a não gostar do CO2 extra, ou de ficar entalado. Seja como for, manifesta o seu desagrado, em modo ECO pelo gruta adentro. Sento-me noutra galeria. Descanso e tudo acalma. Fico aqui à espera. É melhor. Vem aí um casal de vintões quase em modo enfarte. Suam por toda a parte e até parecem estar em boa forma física. I wonder como é que o Pedro vai trazer o Duarte de volta. Passa mais um grupo de jovens por mim e sentam-se ao meu lado. Não falam. Só arfam. Seguem caminho. Os cristais à minha frente vão mudando de cor - branco, encarnado, azul, verde,... não são bem eles que mudam de cor mas a luz que lhes está apontada. Seja como for ficam espectaculares. 30 minutos depois aparece o meu minion aos saltos gruta a fora, com um suado Pedro atrás. Fez então pelo seu próprio pé a gruta toda, onde lhe foi dada uma lanterna lá em baixo para ver melhor os cristais. Estava duma felicidade contagiante, e não parece ter dado pelo esforço feito. O Pedro sua. 

Já é fim de tarde e está a ficar frio. Já se sente o Outono e nota-se bem que o verão já acabou. Atendo o telefone e são uns amigos a querer um café/cerveja. A verdade é que gostamos muito deles, e apesar de vivemos todos em Sydney, quase nunca nos vemos. Não recusamos e voltamos para perto de casa, para uma explanada. É tão bom vê-los a todos! Fazemos o pedido, e vem tudo rapidamente. Num momento de distração (nosso) o D bebe um copo inteiro de Iced Chocolate (gelado), tamanho XX XL de um só trago. Não acredito no que estou a ver. Ainda há 2 dias foi o avião inteiro, agora é a esplanada. O que entrou, acabou por sair minutos depois. ...

O melhor é darmos por terminado o dia.

domingo, 27 de abril de 2014

Easter Holidays in WA

Estamos finalmente em Margaret River. Estas vão e estão a ser as nossas férias de família anuais. São poucas e curtas, mas valem pelo ano inteiro. Já passou mais de 1 ano desde as nossas ultimas férias, que foram ainda passadas na Vozzie (campervan), que partilha agora aventuras com outras famílias. Assim sendo, apanhámos o avião há 2 dias e voamos para a outra 'ponta' do país, para Western Australia.

Acordámos depois de umas 11 horas de sono. Olho à volta e para além de silencioso, o quarto é pacifico e a cama fantástica. Isto nem sempre acontece quando se fazem bookings 'à ultima da hora' pelo AirBnB. Vem-me o cheiro a café mas fico ainda aninhada na cama um bocadinho. Não tenho assim tanta pressa para a azáfama que aí vem. 

Durante estes minutos passam-me pela cabeça imagens das ultimas 24 horas. Corrida para o aeroporto com tudo e todos. Escala em Melbourne a meio da noite. Duarte a empestar, juntamente com outros 5 passageiros, o avião todo. Ao que parece apanhou comida estragada abordo, ou um virus. 5 horas mais tarde aterramos em Perth, mal cheirosos, a meio da noite, estafados. Apanhamos o carro para as ferias. Mas que carro é este?? um SportsCar?! não cabemos todos! E Muito menos as malas e carrinho! Puzzle feito, seguimos para o hotel, não queremos pensar na solução naquele momento. Noite dormida. Pequeno almoço tomado. Trocamos de carro e finalmente descemos rumo a Margaret River.

'Good Morning Mummy'! Pronto, agora é que o dia está mesmo a começar. O melhor é saltar da cama e seguir para a sala, não resisto mais ao cheiro do café, e estou curiosa com o pequeno almoço que a anfitriã (cozinheira profissional) preparou para a nossa pequena família. 
Fresh Organic Fruit Juice, homemade granola, croissants, yogurt, prato de fruta, café e muito mais. Estamos no céu. Acho que tenho de me beliscar para acreditar que não vou ter de cozinhar, lavar, limpar ou arrumar nada nos próximos dias!

Enquanto nos perdemos nos imensos sabores que temos à frente o anfitrião (surfista local) desenha-nos no mapa os sítios onde devíamos ir passar o dia, e indica-nos os Spots onde podemos ir ver os cromos surfar os 3 metros de ondas que estão a bombar.

Guiamos 7 minutos até Yallingup. A descida faz-nos lembrar a chegada a Tagazout em Marrocos. Carros estacionados na berma com miúdos e graúdos a ver os surfistas lá fora. Descemos mais um bocado e estacionamos em frente ao pico, com o melhor playground do mundo ao nosso lado. Não temos pressa nestas férias. Passamos aqui a manhã toda, até ser hora do almoço. O céu está azul. Não está nem muito calor nem frio. Há muitos miúdos para o D se entreter, e nós temos esta vista sobre o pico, e uma relva para nos sentarmos. 


Já passaram umas 2 horas e começo a ver olhos a serem esfregados e pernas a precisarem de ser carregadas. Entramos no carro e enquanto se dorme no banco de trás, nós atravessamos 30 minutos de vinhas. Umas mais verdes, outras mais secas. Não percebo quais estão boas quais não. Não percebo de vinho. Mas o caminho é bonito. 

No fim da linha somos recebidos por um anfiteatro composto por relva e delineado por SUVs, o carro de predilecção de qualquer Western Australian. Bastante gente, mais uma vez, a ver os surfistas locais a rasgar as ondas. O vento entra um bocado e perdemos o interesse. Parece haver um percurso al longo da estrada que nos leva para outras praias. Está-me a apetecer andar... e assim  passou a tarde...

Uma pizza mais tarde estamos deitados. Só espero que a noite seja como a anterior.
(não foi) lol